sexta-feira, 3 de junho de 2016

Conhecendo o Amazonas – Parte 1/3: Manaus ("Encontro das Águas" e "Centro Histórico")

Ninguém precisa puxar a minha orelha, não esqueci que este blog é sobre gastronomia. No entanto, do mesmo jeito que meto a minha colher no tacho alheio, já que não sou nenhuma expert na arte de cozinhar, vou, mais uma vez, enveredar pelos lados do turismo e tentar descrever como foi a minha primeira visita ao Norte do País.
No feriado de Corpus Christi, eu e o Daniel resolvemos fazer uma viagem diferente e partimos para desbravar um pedacinho da Floresta Amazônica.
Antes de chegarmos à selva, passamos um dia em Manaus para fazer o passeio do Encontro das Águas, conhecer o Centro Histórico e degustarmos as iguarias do restaurante Banzeiro. E, neste primeiro post, vou falar sobre nosso passeio turístico em Manaus.
OBS.: O restaurante Banzeiro será retratado na segunda parte da série “Conhecendo o Amazonas”.

ENCONTRO DAS ÁGUAS
O fenômeno natural conhecido como “Encontro das Águas” é a confluência (junção) entre os Rios Negro e Solimões, cujas águas, negras e barrentas respectivamente, não se misturam em razão das diferenças de temperatura, densidade e velocidade.
O Rio Negro nasce na Colômbia, o Solimões no Peru e se encontram em Manaus, aonde correm paralelamente por uma extensão de mais de 6km.
As agências de turismo locais oferecem uma excursão padrão, que tem início às 09:00 e termina às 15:30, englobando o passeio, em barcos grandes, até o Encontro das Águas, almoço em restaurante flutuante e visita ao Parque Ecológico Janauary.
Como só tínhamos um dia em Manaus, se optássemos pela excursão regular, não conseguiríamos conhecer o Centro Histórico. Por isso, escolhemos um tour privativo, cujo passeio completo, sem almoço, durou 3 horas.
Do Porto de Manaus, partimos, num barco rápido, em direção ao Parque Ecológico Janauary passando, inicialmente, pelo igapó, vegetação submersa típica da amazônica. Nesta região de mata fechada, o barco diminui a velocidade e o turista pode desfrutar de toda beleza e tranquilidade da Floresta Amazônica. Sentei-me na proa e entrei em transe, sem conversar com ninguém, fui curtindo o suave deslizar do barco sobre as águas e o vento fresco e puro acariciando o meu rosto e desarrumando o meu cabelo, ouvindo o barulho da natureza pulsante, com seus animais e suas correntezas, e apreciando a água espelhada do Rio Negro refletir toda a beleza da floresta. A sensação de paz e liberdade foi indescritível. Poderia ficar ali para sempre!




Depois, paramos na área dos restaurantes flutuantes do Parque Ecológico Janauary para ver as vitórias-régias. O que nos rendeu, também, um momento de fofura com os macacos-de-cheiro.





Próximo destino: o Encontro das Águas.
Ainda que haja uma explicação científica, é muito louco imaginar que uma mesma substância, a água, possua espécies que não se misturam mesmo estando em contato constante uma com a outra. No tour privativo, como os barcos são pequenos e baixos, é possível pôr a mão nas águas, durante a travessia, e sentir a diferença de temperatura. O Rio Negro com água quente e o Rio Solimões com água gelada.



O passeio é simplesmente deslumbrante e imperdível! E faz a gente perceber o quanto a vida dos amazonenses gira em torno dos seus rios, que fornecem alimento e servem de principal via de deslocamento.
Sem infraestrutura viária e com rios pelos quatro cantos do Estado, ao invés de ônibus, as pessoas são transportadas de uma cidade a outra em embarcações, que chegam a fazer viagens longas (de vários dias) com os passageiros deitados em redes. 



Fiquei impressionada com a quantidade de postos de gasolina flutuantes que vi, inclusive com lojinhas de conveniência.




Impossível não se admirar com a imensidão e diversidade do nosso País, que tem povos com culturas e costumes tão distintos. Foi muito interessante perceber como as pessoas acabam se adaptando a realidade geográfica que as cerca.
  
CENTRO HISTÓRICO DE MANAUS
Porta de entrada para a maior floresta tropical do planeta, Manaus oferece ao visitante uma extensa e sortida lista de atrações turísticas. E, ainda que o ecoturismo se destaque, a capital do Estado do Amazonas oferece, em seu Centro Histórico, um rico e belo patrimônio arquitetônico, que não pode ficar de fora da sua programação.
Pena que o tempo tenha sido curto e alguns contratempos, como um corte e bolhas nos meus pés, além do calor insuportável (Gente, vocês não têm noção do quanto essa região é quente!), tenham nos impedido de percorrer todos os prédios históricos.  Todavia, ainda assim, pudemos apreciar alguns exemplares do período áureo do Ciclo da Borracha no Brasil.
Começamos pelo Mercado Municipal Adolpho Lisboa. Localizada nas margens do Rio Negro, em frente ao Porto de Manaus, esta bonita construção de ferro, em estilo Art Nouveau, foi inaugurada em 1883. Em seus galpões, reúne barraquinhas que comercializam artesanato local, alimentos (carnes, peixes, frutas e legumes), especiarias e plantas medicinais, bem como lanchonetes e restaurantes. Além de souvenirs, é possível comprar (ou só observar!) uns itens bem curiosos como o sabonete de banha de tartaruga e banha de cobra sucuri.







Nossa próxima parada foi o Palacete Provincial, antigo Quartel da Polícia Militar, que integra o conjunto arquitetônico da Praça Heliodoro Balbi e abriga 5 museus: (1) Museu de Numismática - com um acervo de 8 mil moedas; (2) Museu da Imagem e do Som do Amazonas; (3) Museu de Tiradentes - que homenageia os bombeiros e policiais do Estado; (4) Museu de Arqueologia; e (5) Pinacoteca do Estado - com exibição de quadros, fotos e gravuras de artistas locais.
Como era feriado, o complexo estava fechado. Então, só conseguimos apreciar a sua fachada e a Praça Heliodoro Balbi



Já que nenhuma viagem é completa sem que visitemos um templo religioso, lá fomos nós até a Catedral Metropolitana de Manaus, também conhecida como Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição. De fachada simples, pintada de branco e com frisos amarelos, a Catedral exibe um rico interior, com muito mármore, imagens de santos e afrescos.




O nosso tour terminou em grande estilo no Teatro Amazonas. Símbolo de todo o apogeu do Ciclo da Borracha, o teatro tem uma arquitetura exuberante, de encher os olhos. Abrangendo um quarteirão inteiro, a construção exibe toda a sua imponência aos que por lá passam.




O ingresso para visita guiada custa R$ 20,00, porém, meus pés cortados e cheios de bolhas só queriam descansar, então, fomos almoçar no restaurante “Tambaqui de Banda”, que fica em frente à lateral do teatro.
O restaurante serve pratos regionais, tendo como destaque a banda do tambaqui assada na brasa, que foi a nossa pedida e estava D-E-L-I-C-I-O-S-A. Carne branca e macia, bem temperada e com a crosta sequinha. Comi todo o lombo, enquanto o Daniel se acabou nas costelas. Para acompanhar, baião de dois, farofa e vinagrete. A banda média, que serve 2 pessoas, custou R$ 54,90.




O Centro Histórico fica numa região de comércio popular. Em Maceió, seria comparado ao Comércio; em São Paulo, à Rua 25 de Março. Havia muitos ambulantes e pessoas circulando pelas ruas. Contudo, não tivemos nenhum contratempo. Passeamos tranquilamente, inclusive deixando o celular à mostra e utilizando-o para tirar fotos.
Não foi dessa vez que conseguimos visitar, mas já estão anotados para uma próxima viagem (Sim, queremos voltar! E, de preferência, no período da seca, para vermos a outra face da Floresta Amazônica): (a) “Bosque da Ciência do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia)”, que difunde conhecimentos sobre a Amazônia; (b) “Complexo Turístico Ponta Negra” - a região da Praia de Ponta Negra foi revitalizada para, durante a Copa de 2014, servir de palco para a FIFA Fun Fest, o que resultou num verdadeiro complexo de lazer, composto por calçadão, restaurantes de culinária regional, jardins, praça, mirante e quadras poliesportivas; (c) “Zoológico do Centro de Instrução de Guerra na Selva”, com cerca de 300 animais da fauna amazônica; e (d) todo o “Complexo Cultural Largo de São Sebastião”, que é integrado pelo Teatro Amazonas, Igreja de São Sebastião, Núcleo de Artes Plásticas do Centro Cultural Cláudio Santoro, Casa J. G. Araújo, Casa do Restauro, Casa Ivete Ibiapina e Casa das Artes.
  

#Manaus #Amazonas #Brasil #EncontroDasÁguas #RioNegro #RioSolimões #Igapó #VitóriaRégia #ParqueEcológicoJanauary #CentroHistórico #MercadoMunicipalAdolphoLisboa #PalaceteProvincial #TeatroAmazonas #TambaquiDeBanda



Outros destinos que, por serem pouco explorados pelos brasileiros, também ganharam posts:
         Córdoba, na Argentina;
         El Calafate, na Argentina.


Nenhum comentário:

Postar um comentário