terça-feira, 24 de novembro de 2015

Bistrô l'entrecôte d'Olivier


Da simples análise do nome do restaurante, extraímos duas informações. A primeira é que Olivier Anquier, modelo, padeiro, chef de cozinha e apresentador de televisão, é o dono do estabelecimento. A segunda é que a casa comercializa o corte de carne “entrecôte”, trabalhando com um único prato, como o modelo francês. Paga-se R$ 78,00 pela composição: salada, entrecôte e fritas.
A fachada do restaurante é toda revestida com ladrilhos bem coloridos, que conferem um certo ar de leveza. No interior, a utilização de vidros, tanto nas paredes quanto no teto, deixa o ambiente extremamente bem iluminado. As cores marcantes da fachada vão perdendo força no interior, deixando o salão clean e elegante.
O atendimento é excelente! Os garçons são simpáticos e educados. Oferecem-se para tirar fotos e fazem de tudo para agradar aos clientes.
Para beber, o garçom sugeriu uma "Jarra Saint Tropez" (1/2 litro - R$ 58,50; 1 litro - R$ 108,00). A mistura laranja fosforescente é composta de Aperol, espumante brut e rodelas de tangerina. Uma excelente pedida para um dia de verão, pois é seca, cítrica e altamente refrescante. Estávamos em 7 pessoas e 2 jarras foram suficientes para gente, durante o almoço inteiro. No copo, colocam gelo e rodelas de tangerina. Um capricho só!


O couvert custa R$ 7,20 por pessoa e oferece "pão especial Entrecôte e manteiga". O Olivier já foi dono de padaria, então, pode esperar um pão, realmente, apetitoso. Em cada cestinha, duas bolotas servidas quentinhas, com a casca ligeiramente dura e o miolo bem macio. Parece um mix de pão francês com italiano. Você passa a manteiga e ela se derrete. Muito bom!


A salada de folhas verdes e nozes é saborosa. O molho é untuoso, mas, como não consegui identificar os componentes, vou utilizar a descrição contida no cardápio: "salada com tempero característico francês".
O menu fixo (R$ 78,00) já inclui um prato de salada, mas, quem quiser uma salada extra, pagará R$ 24,60 por ela. Acredito que haja essa opção para as pessoas que querem dividir o prato principal, assim, cada uma recebe uma salada completa.


Como prato principal, a única opção disponível é o entrecôte regado com o molho especial da tia do Chef Olivier, Dona Nicole, acompanhado de fritas. O contrafilé é tão macio e suculento que parece um filé mignon. As batatas, cortadas bem fininhas, são sequinhas e crocantes. E o melhor é que são servidas constantemente e em abundância. O molho tem uma cor estranha, esverdeada. Os garçons dizem que é de mostarda e ingredientes secretos. Eu senti o gosto predominantemente de foie gras, embora eles não confirmem que o utilizam. De mostarda, sinceramente, não senti nem o cheiro. Por isso, se você não curte fígado, te aconselho a passar bem longe desse restaurante.


No quesito sobremesa, o carro chefe da casa é a "Mousse Royal chocolate" (R$ 24,90), que chega até a mesa numa taça gigante e é servida na frente do comensal. A quantidade é assustadora, satisfazendo facilmente de 3 a 4 pessoas. A consistência aerada e cremosa é sensacional (odeio mousse preparada com gelatina sem sabor!). Ademais, é doce na medida certa. É, também, gostosa, mas não chega a ser a oitava maravilha do mundo.



Para os que conhecem tanto o Bistrô l'entrecôte d'Olivier quanto o L'entrecôte de Paris, comparações são inevitáveis, já que os estabelecimentos têm a mesma essência de trabalhar com o menu fixo de salada, entrecôte com molho de mostarda e batatas fritas.
Como eu achei o molho da salada do L'entrecôte de Paris bem sem graça, afirmo, sem nenhum pinguinho de dúvida, que a salada do Olivier, temperada com primor, é melhor.
Para mim, os cortes e as batatas são igualmente bem executados e saborosos nas duas casas. Quanto ao molho, para falar a verdade, nenhum dos dois me conquistou. E olha que eu amo molhos francês, pois são encorpados e gordurosos. O do L'entrecôte de Paris tem o sabor da mostarda acentuado; o do Olivier, tem o do foie gras. Aí, é questão de gostoso. Eu fico com o primeiro, já que o sabor da mostarda soa bem mais agradável às minhas papilas gustativas do que o do fígado.
A sensação final, após o banquete francês, é que, com tanta praticidade na hora de "escolher" a comida, parece que acabamos de almoçar na casa do Olivier Anquier. Chegamos, sentamos, a comida e a bebida foram sendo servidas, e nós fomos devorando tudo com curiosidade e atenção. Foi, certamente, uma prazerosa refeição.

INFORMAÇÕES:
Bistrô l'entrecôte d'Olivier
Alameda Lorena, 1821 - Jardim Paulista
Tel.: (11) 3063-4107

Matriz: Rua Dr. Mário Ferraz, 17 - Itaim Bibi
Tel.: (11) 3034-5324

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quinta-feira, 19 de novembro de 2015

ChefVivi: criatividade e explosão de sabores!!!

Nada melhor para quebrar a rotina da semana do que ir jantar num restaurante de espírito livre, sem cardápio fixo, que prepara pratos criativos com os ingredientes frescos do dia. Assim é o ChefVivi, um restaurante acanhado (pequenino), mas que sabe se impor e conquistar os clientes.
A monotonia passou longe e “O Guia Michelin 2015: Rio de Janeiro & São Paulo” alerta aos conservadores: “Se você é do tipo que frequenta o seu restaurante favorito para comer sempre o mesmo prato, não vá ao ChefVivi. Uma das características desta chef, que já foi sócia de uma premiada casa em Pequim, é a sua obsessão em diversificar e testar novas receitas permanentemente”.


Num salão pequeno, cheio de charme, intimista e com uma pitada de sofisticação, 3 pessoas se revezam servindo, aos comensais, os pratos preparados com beleza e alquimia pela Chef Viviane Gonçalves. Os garçons, embora pareçam sumir em alguns momentos, são extremamente polidos e atende com atenção e cuidado.
Nós optamos pelo Menu Degustação, que custa R$ 150,00 por pessoa e é servido em 5 tempos (2 entradas, 2 pratos principais e 1 sobremesa). Muitos alimentos orgânicos, combinação de texturas e exploração de cores e sabores distintos, mas que se complementam. Eu sou simplesmente apaixonada por este tipo de culinária, em que um ingrediente dá vida ao outro e precisam ser apreciados conjuntamente, para aguçar ao máximo o paladar.
Para iniciar a noite, pedi uma Margarita, de um sabor tão intenso, que marca e acalma.


As comidas que participam do Menu Degustação são selecionadas, pela Chef (e não pelo cliente!), dentre as opções constante do cardápio daquele dia. Alguns podem achar ruim ser a Chef quem escolhe o que eles irão comer. No entanto, eu acho instigante, pois acredito que a profissional irá escolher o que há de melhor entre as criações do dia e irá me surpreende de maneira positiva.
A primeira entradinha servida foi: "Creme de couve manteiga orgânica, azeite trufado, amêndoas tostadas e brotos orgânicos". Uma pitada de sal maldon e raspas de limão siciliano finalizaram o creme. Misturei tudo e apreciei cada colherada. Vejam que perfeição! Parecia um lago denso com folhagem na borda. Lindo de ver e de comer!


Como mimo da Chef, a Vivi nos agraciou com o simples, mas gracioso, couvert da casa, composto de focaccia orgânica com ervas e alho assado, naan orgânico com iogurte, naan orgânico integral e manteiga aviação com ervas e sal maldon. Pães quentinhos, macios e fresquíssimos.


Como segunda entrada, tivemos "Repolho orgânico tostado, abóbora de pescoço orgânica ao forno, molho de queijo de cabra e talos de couve manteiga orgânica". Pela descrição, achei que não fosse gostar. Ledo engano!!! Para mim, foi a melhor iguaria da noite. O sabor forte, e um tanto azedo, do queijo de cabra em contraste com o adocicado da abóbora, realmente, funcionou. E o repolho, meio inexpressivo, conferiu uma certa crocância ao prato. D-I-V-I-N-O!!! Minha vontade era deixa a etiqueta de lado e raspar todo o prato, para não desperdiçar nenhuma gota (rsrsrsrs).


O primeiro prato principal (terceiro da degustação) foi "Beijupirá ao forno com creme de mandioquinha defumado, salva de cogumelos, pimenta dedo de moça e crispy de couve manteiga". Eu não morro de amores por peixe e achei a combinação bem sem graça. O pescado estava insosso e a defumação do creme de mandioquinha fez com que ele ficasse estranho para o meu paladar.


Quando vimos o cardápio, a nossa torcida era para que o “Roast beef (Wagyu) finalizado com pó de shitake seco e pimenta Sichuan, acompanhado de arroz negro com alho poró, redução de vinho tinto e lasca de cebola roxa” fosse um dos pratos servidos no Menu Degustação e, para nossa sorte, ele o foi. Deliciando-se com a iguaria, todos se perguntaram: “Que carne é essa?!?!”. Macia ao extremo e esbanjando suculência. E a Petônia, que está na foto que postarei logo mais, exclamou: “Isso aqui é filé mignon de um boi beeeem preguiçoso, pois está bom de mais!!!”. A redução de vinho tinto era adocicada. A maciez do beef contrastava com a dureza do arroz negro. Mais um prato encantador!!!
Parêntesis: perceberam quantas exclamações eu utilizei em um único parágrafo? É porque essa combinação é ESTUPENDA!!! (Mais exclamações... huahuahua).    


De sobremesa, “Torta de chocolate belga 70%, polvilhada com castanha do Pará picada e creme anglaise. A textura da composição era muito interessante. A torta tem um sabor intenso. Eu achei bem amarguinha, pois não gosto de chocolate amargo. Mas o creme anglaise suavizava um pouco o amargor. O Daniel achou a melhor parte do Menu.


A degustação acabou levando mais tempo do que gostaríamos, mas revelou-se uma experiência gastronômica deliciosa. Deixou um gostinho de: (a) quero mais; (b) quero ver do que a Chef Vivi é capaz; (c) quero viver outros momentos como este; (d) quero comer sempre desta forma: muito bem.
No final, para encerrar a nossa noite com chave de ouro, eu e a Petônia tiramos uma fotinho com a fofa Chef Vivi.


Parabéns, Chef Vivi, por saber nos receber de forma tão graciosa e especial!!! São momentos agradáveis como este que me motivam a comer e, depois, a escrever ;o)   

INFORMAÇÕES:
ChefVivi
Rua Girassol, 833 C – Vila Madalena
Tel.: (11) 3031-0079 (Imprescindível reservar, o que pode ser feito apenas pelo telefone)

#ChefVivi #Gula #Gourmet #Gastronomia #comerebeber #VejaSP #Eat #Foodie #FoodBlogger
  
Leia também sobre outros restaurantes em que participei do Menu Degustação:



sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Jamie's Italian: a versão italiana de Jamie Oliver



Com o mundo globalizado que vivenciamos, é praticamente impossível existir alguém que não saiba quem é Jamie Oliver. Afinal, o cara é Chef de Cozinha, apresentador de televisão, autor de livros e ativista atuante, mundo afora, em prol de uma alimentação saudável.
Em solo tupiniquim, após a exibição dos seus programas culinários pelo canal de TV à cabo GNT, a comercialização dos seus livros nas livrarias de todo o País, e da sua batalha contra o McDonald’s ter sido noticiada pelos principais meios de comunicação, Jamie resolveu nos agraciar com o seu modo de praticar a culinária italiana e inaugurou, em São Paulo, o restaurante Jamie's Italian.
O ponto é super badalado, então, o ideal, para quem não gosta de ficar esperando por uma mesa, é chegar cedo ou fazer a reserva através do site Restorando. Como eu não havia agendado, cheguei às 12:00 horas, horário de abertura da casa, e não tive problema algum em garantir a minha mesa. Percebi que, apenas por volta das 13h20min, havia fila de espera.
O restaurante é amplo e tem uma decoração bem cool, com muita madeira, vidraçarias altas e cadeiras coloridas. Os garçons são sorridentes e atenciosos. E o preço é justo!



O Chef tem uma pegada natureba e isto é refletido no cardápio, que oferece diversas opções de saladas, variações de molhos à base de tomate e cortes de carnes de animais criados livremente.
Para beber, escolhi a “Saquerita de frutas vermelhas” (R$ 19,00), que apresentou uma cor vibrante e estava muito refrescante.


O garçom nos explicou que as entradinhas são, em sua maioria, individuais e sugeriu, como estávamos em 4, que pedíssemos os “Nachos italianos” (R$ 24,00) ou a porção de “Crispy Squid” (R$ 25,00) – lulas empanadas. Ficamos com a primeira opção, que era, na verdade, raviólis recheados de 3 queijos, fritos e servidos como molho arrabbiata. Os raviólis eram sequinhos e apetitosos, mas não espere a crocância de um pastelzinho tipicamente brasileiro, afinal, embora a aparência possa enganar, eles são RAVIÓLIS.


Não paramos nos nachos, minha amiga quis provar o “Arancini Margherita” (R$ 24,00), bolinhos de risotto de tomate e mozzarella com molho arrabiatta, e eu, embora se tratasse de um acompanhamento, pedi o “Coleslaw” como entradinha. As bolinhas tinham a crosta crocante e o interior bem úmido. Eram saborosas. A salada também agradou, apesar de não se parecer em nada com o clássico americano.
Para quem não conhece, o Coleslaw é uma salada de repolho com molho de maionese, que pode receber um pouco de cenoura ralada e cebola picada. No Jamie’s, entretanto, trata-se de salada de beterraba (legume que predomina), cenoura, cebola e repolho, com molho à base de iogurte. Excelente pedida para um dia quente de verão.



As entradas corresponderam as nossas expectativas. Todavia, não podemos dizer o mesmo dos pratos principais.
O Daniel escolheu o “Jamie’s Sausage Pappardelle” (R$ 29,00/R$ 39,00), ragú de porco com erva doce, vinho tinto, queijo Parmesão e pangrattato com ervas. A massa caseira é saborosa e bem cozida, mas o sabor que predomina no prato é o de erva doce, que suaviza de mais os outros ingredientes, ao ponto de quase anulá-los.
Aqui, eu abro um parêntesis para informar uma coisa bacana da casa, eles servem meia porção, por isso, as massas apresentam dois valores, da meia e da porção inteira respectivamente.
Eu pedi o “Penne Carbonara” (R$ 31,00/R$ 45,00) e tive uma baita decepção. Além do ovo (quase imperceptível) e da pancetta crocante, colocaram alho-poró (que não foi o problema!), suco e raspas de limão siciliano. Resultado: ao invés de cremoso, o molho ficou completamente ácido.
A cada garfada, a minha vontade era dizer: “Jamie Oliver, meu querido, eu sei que você é um Chef renomado e qualificado, e eu sou apenas uma pessoa que gosta de comer e escrever, mas, se você quer dar um nome famoso ao seu prato, chame-o de ‘Penne al Limone’ e, não, de ‘Penne Carbonara’, pois esse nome anunciaria de maneira mais fidedigna a sua criação e não decepcionaria os seus clientes, que, assim como eu, são fãs do molho Carbonara”.
Pedi a meia porção, que, quando foi servida, me assustou, pois achei muito pequena, mas, no fim, foi o suficiente para mim, que como pouco.


De sobremesa, a descrição do “Brownie Épico” nos conquistou. O cardápio anunciava: “Fresquinho, servido com calda de chocolate, sorvete de caramelo & flor de sal e pipoca caramelada com amaretto”. O sorvete e a pipoca estavam show de bola. A calda de chocolate estava normal. No entanto, o brownie estava uma negação. Eu, sinceramente, nem sei como descrevê-lo. Às vezes, penso: “parecia um brownie cozido por apenas 3 minutos”. Outras, acho que lembrava um mousse ultra consistente. Enfim... a consistência era tão estranha para um brownie, que eu nem consegui me concentrar no sabor.


Doí muito dizer isso, pois sou fã do Jamie, que tanto luta por uma alimentação saudável e sustentável, mas, no fim, a sensação que ficou foi a seguinte: "o conceito da casa é muito interessante e instigante, porém, na prática, não funciona”.
Numa cidade como São Paulo, repleta de bons restaurantes italianos, o Jamie's Italian só se destaca pela fama do Chef que lhe cede o nome, pois a comida, infelizmente, não tem o mesmo brilho que aquele.

INFORMAÇÕES:
Jamie’s Italian
Rua Horácio Lafer, 61 – Itaim Bibi