terça-feira, 30 de setembro de 2014

POMODORI, de que cor é o teu “tomate”: verde ou vermelho?

É engraçado como, às vezes, sem nenhuma dificuldade, começo a escrever, ainda que despretensiosamente, e as ideias fluem numa intensidade impressionante. Entretanto, outras vezes, assim como acontece quando estamos lendo um livro entediante, me sinto empacada, sem vontade de sair do lugar, como se meu cérebro simplesmente se recusasse a trabalhar. Hoje, estou assim: sem ânimo e perdida no vácuo dos meus pensamentos!!! Talvez isto seja um reflexo da experiência que tento, arduamente, descrever. Uma experiência com alguns pontos positivos, mas, no geral, um tanto frustrante.
Assim sendo, sem mais arrodeios, vou direto ao ponto...
Fui conhecer o restaurante italiano Pomodori, que, outrora, teve sua cozinha comandada por Jefferson Rueda e, hoje, segue sob a direção de Tássia Guimarães.
O ambiente é mimoso, parecendo uma clássica cantina italiana que se modernizou e incorporou a cozinha, que se exibe aos clientes, à sua decoração.
O atendimento se revelou primoroso, desde a ligação para efetuar a reserva até o momento em pagamos a conta e fomos embora.
Mas foi só trazerem o couvert para os problemas começarem a aparecer. O salame e o presunto cru estavam fatiados na espessura que eu gosto, bem fininhos, e os antepastos (berinjela, patê e mussarela de búfala) eram saborosos. Todavia, a focaccia estava praticamente gelada, o que tirou a sua maciez e o sabor da sua cobertura.


Para beber, pedi um drink de frutas vermelhas que, além de extremamente doce, foi preparado com um xarope cujo gosto lembrava o de naldecon.


A "Surpresa da Chefe", felizmente, foi agradabilíssima! Um ravióli recheado de presunto com uma emulsão suavíssima de molho ao limone.


Minha escolha de prato principal foi o "Cavatelli com camarões, pancetta, manjericão, mini milho e vagem holandesa". O garçom me informou que o cavatelli era uma massa chata, ele só esqueceu de me informar que eram pedacinhos de massa. Imaginei algo parecido com um tagliatelle e recebi "bitucas" grossas de uma massa dura e insossa, com camarões minúsculos, parecidos com os que são usados em recheio de empada, e com uma quantidade quase imperceptível de mini milho e pancetta. Verdade seja dita: meu prato foi uma verdadeira decepção!
Pode ser que a execução estivesse perfeita, pois eu não conheço esse tipo de massa (cavatelli), mas o certo é que o garçom, ao ser indagado, não soube sanar a minha dúvida e me levou a escolher um prato que não apreciei. Este tipo de atitude, ainda que não haja dolo, é inaceitável num restaurante deste porte, em que se espera que os garçons conheçam bem o cardápio e saibam explicá-los aos clientes. Com certeza, se eu soubesse o que era o cavatelli, não teria pedido este prato.


Tentando salvar a refeição, pedi uns canollis de sobremesa. A porção era composta por 3, com os seguintes recheios: nutella, doce de leite e ricota. A massa estava sequinha e crocante e os recheios cremosos e saborosos. 


Resumindo minha noite: focaccia fria, drink com sabor de remédio e péssima escolha de prato principal versus deliciosa Surpresa da Chefe, boa sobremesa, ambiente agradável e atendimento atencioso. Agora, resta a você sopesar os prós e os contras e decidir se vale pena ou não a visita.

INFORMAÇÕES:
POMODORI – Gastronomia Italiana
Rua Doutor Renato Paes de Barros, 534 – Itaim Bibi
Tel.: (11) 3168-3123



quinta-feira, 18 de setembro de 2014

ICI Brasserie: comida saborosa e cervejas de “grife”!!!



Este blog não tem cunho científico nem filosófico. Ele serve, na verdade, como uma válvula de escape para que eu me desligue um pouco do “mundo real”, cheio de responsabilidades e compromissos, e possa me divertir, escrevendo sobre minhas experiências gastronômicas.
Como já disse na apresentação do mesmo, não sou crítica nem expert no assunto. Estou muito longe disso! Falta bagagem e muita prática para atingir esse patamar. Mas informo, também, que não sou leviana; ao contrário, procuro sempre passar as informações corretas e fidedignas, com uma nítida intenção de que meus textos funcionem como um verdadeiro “serviço de utilidade pública” prestado aos leitores.
Deste modo, preparando-me para redigir este post, achei que seria interessante, antes de qualquer coisa, procurar o significado da expressão "brasserie". E, depois de uma curta busca em livros e sites, o conceito que mais me agradou, por se encaixar como uma luva ao estabelecimento ora analisado, foi o apresentado pelo site Wikipédia, que assim dispõe: "Na França e no mundo francófono, brasserie é um tipo de restaurante com um ambiente descontraído e requintado, que serve pratos simples e outras refeições. A palavra 'brasserie' também é uma palavra francesa para cervejaria e, por extensão é um 'negócio de cerveja'."
O ICI Brasserie, localizado no 3º andar do Shopping JK, é um restaurante charmoso e descolado, cuja ambientação remonta o comensal a um armazém (há garrafas, copos e pães armazenados nas prateleiras que delimitam o salão) e, ao mesmo tempo, a um bistrô parisiense (com várias citações em francês impressas nos espelhos e nas paredes, que imitam um longo quadro negro).



Com uma carta de cervejas acima da média, a casa comercializa, com exclusividade, a lager “ICI 01”, produzida pela Cervejaria Colorado. Há, ainda, boas opções de vinhos (espumantes, rosés, tintos e brancos) e drinks, como Bloody Mary, Mojito, Dry Martini e Caipirinhas, dentre outros.
Entretanto, ainda analisando o enquadramento da ICI Brasserie na definição proposta pelo Wikipédia, um ponto importantíssimo e que merece ser ressaltado é o fato que, embora os pratos servidos sejam “simples”, são extremamente saborosos e bem executados.
O atendimento, de um modo geral, é bom. Só irei relatar a atitude de um dos garçons, que me deixou um tantinho chateada.
Embora a nossa ideia fosse chegar ao estabelecimento por volta do meio-dia, eu pedi ao meu marido que ligasse e fizesse uma reserva, pois a minha mãe iria viajar após o almoço e nós não queríamos correr o risco de nos atrasamos para deixá-la no aeroporto. Assim, o Daniel ligou e fez a reserva para 3 pessoas, para às 12:00. A atendente informou que faria o agendamento, apesar do mesmo não ser necessário, já que, no horário desejado, seria super tranquilo conseguir uma mesa.
Quando já estávamos com a reserva feita, meus sogros decidiram nos acompanhar e eu acabei não me preocupando em alterar a quantidade de pessoas informada.   
Chegamos todos ao mesmo tempo e eu me dirigi ao garçom que aguardava na porta. Com toda calma e educação, expliquei: “Nós temos uma reserva para 3 pessoas, mas viemos em número de 5. Como nos informaram que, neste horário, haveria várias mesas disponíveis, sem necessidade de reserva, acabei não ligando para modificar a quantidade de pessoas”. E, embora a informação estivesse correta, pois o salão estava vazio, exceto por 2 ou 3 mesas ocupadas, e não houvesse ninguém aguardando para sentar, o garçom me olhou com a maior cara feia, como se fosse muito difícil nos acomodar em outra mesa, que não a inicialmente separada para nós. Achei de uma indelicadeza incrível, até porque haviam milhares de mesas disponíveis e, de forma alguma, atrapalhei o funcionamento da casa. Para mim, em hipótese alguma, um garçom pode olhar feio ou desdenhar um cliente, que, dentro do possível, sempre tem razão.
Superado esse episódio, que sequer foi notado pelos meus familiares, nos dirigimos a nossa mesa e demos início ao nosso “banquete” particular.
De entrada, escolhemos as tábuas “Plateau Charcuterie” e a “Grand Plateau de Formage com Mel Trufado”. Queijos e frios selecionados!!! O gorgonzola estava estupidamente cremoso e suave (por isso, acredito que realmente fosse gorgonzola e não roquefort, que tem um sabor mais acentuado). O mel trufado formou uma combinação perfeita tanto com o parmesão (ou seria grana padano?) quanto com o brie. Na tábua de frios, havia diversos tipos de salsichas, presunto cru fatiado bem fininho e uma deliciosa carne de porco desfiada.  
Atenção! Cada tábua é acompanhada de um potinho contendo 4 ou 5 torradinhas. Caso suas torradas acabem, não hesite, peça que o garçom traz mais. 


Essa foi mais uma experiência gastronômica em que cheguei ao restaurante sabendo exatamente o que iria pedir de prato principal. E seria o “Linguine Brasserie”. Os garçons descrevem o prato como uma releitura do Spaghetti a Carbonara, com o diferencial do ovo, ao invés de incorporado ao molho cremoso, vir estalado e, em destaque, em cima da massa. Eu A-D-O-R-E-I a minha escolha!!! O linguine estava cozido no ponto certo, nem al dente nem empapado; o molho, cremoso e saboroso, estava repleto de pedaços suculentos de panceta; o ovo brilhando, com sua clara perfeitamente branca e a gema semi-cozida; e decorado com duas compridas lascas de queijo parmesão.


O Daniel pediu o “ICI Burger”. Não provei o sanduíche, que estava recheado com um hambúrguer bem caprichado. Em compensação, não conseguia parar de comer as batatas fritas de acompanhamento, que foram cortadas em palitinhos compridos e bem finos e estavam deliciosamente crocantes.


Na hora da sobremesa, estávamos tão fartos, que ninguém, salvo a minha pessoa, queria pedir sobremesa. O meu desejo, confesso, não decorreu de falta de saciedade, até porque meu estômago é pequenino, mas sim do pecado da gula, que sempre teimo em cometer. Fiquei em dúvida entre o mil folhas e o creme caramel, mas acabei optando pela porção de uma dúzia de mini madeleines, pois saberia que os outros não resistiriam e me ajudariam a devorá-las. Desta vez, não encerramos a refeição com chave de ouro, pois a massa das madeleines não estavam leves e delicadas como devem ser, mas, ao contrário, estava excessivamente pesada. Ponto para apresentação! 


Ainda que tenha se iniciado com o pé esquerdo e a sobremesa tenha decepcionado, eu classificaria a experiência como muito boa, pois as tábuas de entrada e a massa de prato principal estavam maravilhosas.
Vale a pena fazer uma pausa nas compras ou chegar mais cedo, quando for ao cinema, e ir conferir a ICI Brasserie, principalmente, se você gosta de tomar uma cerveja especial durante a refeição. ;o)  

Informações:
ICI Brasserie
Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 2041, Vila Olímpia
Tel.: 11 3078-1313