sábado, 21 de dezembro de 2013

SAINTE MARIE GASTRONOMIE: muito além da premiada esfiha!


Um libanês se muda para o Brasil com o sonho de se tornar um jogador de futebol do Flamengo, mas, ao invés de chegar ao Rio, acabando parando em São Paulo. O sonho não se tornou realidade e nós agradecemos, pois o Plano B (ou seria C ou D?), montar um restaurante árabe, deu super certo. Assim, surgiu o “Sainte Marie Gastronomie”, um verdadeiro templo gastronômico. E eu digo uma coisa: a sofisticação que falta ao ambiente simples e agradável, sobra na preparação e apresentação das comidas.
Na primeira vez que fui ao restaurante, que também  funciona como um empório, babei ao folhear o cardápio, mas me mantive fiel a ideia original de degustar umas esfihas. Afinal, a casa tinha acabado de se sagrar vencedora da categoria “A Melhor Esfiha” na premiação “O Melhor de São Paulo – Delícias & Guloseimas 2013”, promovida pelo jornal Folha de São Paulo. 
Na ocasião, eu e o meu marido pedimos esfihas de cebola (R$ 8,00), cordeiro (R$ 9,00), abobrinha (R$ 11,00) e queijo (R$ 5,50). A de cebola estava simplesmente divina, com uma textura cremosa e um sabor que me lembrou o de uma sopa de cebola, cuja receita peguei no programa do Olivier Anquier. Apesar de adorar kibe, confesso que não sou muito fã de esfiha de carne, mas a de cordeiro me surpreendeu pelo tempero bastante suave. A de abobrinha tem coalhada seca no recheio, o que me fez achá-la meio sem graça, mas não sou parâmetro para avaliá-la, pois este não é o tipo de cheio que me agrada. Na esfiha de queijo, o laticínio estava bem crocante, conferindo um gostinho diferenciado a um sabor tão ordinário.
Hoje, fomos almoçar sem pressa, com a intenção de explorar o cardápio e comprovar que a culinária árabe tem muito mais a oferecer do que kibes e esfihas.
Chegamos por volta de 13:00 horas e as mesas estavam quase todas ocupadas, exceto 2 mesas para 2 pessoas, mas que ficavam localizadas uma distante da outra. Como estávamos em 4 pessoas, o jeito foi esperar. Enquanto aguardávamos, os garçons, sempre atenciosos, perguntaram se queríamos beber algo e aproveitaram para trazer o mimo da casa,  um bowl com coalhada seca e azeite e uma cestinha de torradinhas de pão sírio. Geralmente não sou de ficar esperando mesa, mas, neste caso, sabia que valeria a pena.
Acomodados, fomos escolhendo os nossos pratos. O Daniel e o Marcelo (meu cunhado) optaram pela “Moussaka de Cordeiro”, servida com um ovo frito. Após desgustarem, concluíram que foi a melhor moussaka que já comeram na vida. O Marcelo comentou com o Chef que se arrependeu de ter divido o prato e este, sem hesitar, trouxe um pouco mais da iguaria para os dois gulosos.



Eu pedi um “Tartar em forma de Kibe” acompanhado de batata frita. Esse steak tartar estava de comer rezando, M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O! Composto de filé cru, picles, ketchup, mostarda dijon e molho inglês, tudo em perfeita harmonia e na dosagem certa... pura alquimia!



A Mariana (minha irmã) queria pedir um filé grelhado ao molho de mostarda, mas o fofo e super simpático Chef Stephan Kawijian a fez mudar de ideia. Sincero, ele falou: “esse é o tipo de prato que eu tenho no cardápio apenas para constar, com certeza você comerá melhores por aí, mas, caso queira, eu faço”. Todos nós concordamos com ele... num restaurante árabe, peça comida árabe... oras! Então, ela acabou escolhendo um michui de filet mignon acompanhado de salada fatouch e não se arrependeu.




Para finalizar, pedimos de sobremesa uma “Tarte d’Edy”, torta/bolo de pistache com amêndoas, fofinha e saborosa.



Adoramos o almoço! E toda atenção do Chef, que demonstra carinho, atenção e respeito não só pelo que prepara, mas também com quem se dirige até lá seu estabelecimento para comer e prestigiá-lo.



Não tem como não voltar!


Informações:
Sainte Marie Gastronomia
Rua Dom João Batista Costa, 70 – Vila Sônia
(Estacionamento gratuito em frente; na rua, também é bem tranquilo de parar)


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

CHEF ROUGE: Bistrot Francês



Quem foi que disse que, para se comer uma elaborada comida francesa, é preciso viajar até Paris? Estando em São Paulo, basta se dirigir até o Chef Rouge, que conquistou o segundo lugar na categoria "Melhor Restaurante Francês" da Veja São Paulo Comer & Beber 2013/2014.
O restaurante tem dois estabelecimentos; um no Shopping Morumbi, que, de acordo com a Vejinha, oferece opções mais simples e tradicionais, e outro nos Jardins, cuja cozinha é comandada pelo Chef Wagner Resende.
Fui conhecer este ultimo, um típico bistrot francês, todo revestido de uma tonalidade vermelho intenso, simples, elegante e aconchegante. Na área externa, algumas mesas, um freezer expositor com tortas de encher os olhos e troncos de árvores, provavelmente, centenárias.
Uma vantagem da casa é que fazem reserva até às 22:00, embora, no dia que eu fui (no meio da semana), estivesse tranquilo de conseguir mesa. Chegamos com 10 minutos de antecedência e o garçom permitiu que escolhêssemos a nossa mesa. Sentamos na área interna, que tem ar condicionado.
Geralmente, prefiro pedir uma entrada a aceitar o couvert; mas, como estávamos com fome e o garçom, assim que nos sentamos, serviu o couvert, acabamos sendo vencidos pela necessidade de saciedade. O couvert é composto pela tradicional cesta de pães, com três variedades, manteiga, um patê que me pareceu um sour cream e patê de foie gras. Nada demais! Ah, quase esqueci, trouxeram um creme de batata com alho poró, não sei se faz parte do couvert ou se é um mimo do Chef; só sei que estava delicioso. Fiquei com vontade de pedir uma xicrinha a mais.
De prato principal, pedi um "Filet aux trois Sauces", um medalhão de filé mignon grelhado com três molhos (mostarda, pimenta e queijo Gruyère) acompanhado de batatas douradas. A apresentação do prato estava um primor, os três molhos dispostos no próprio prato, com o medalhão no centro e, em cima do medalhão, um círculo confeccionado com rodelas finíssimas de batata. Eu amei! E olhe que não gosto muito de comer carne no jantar. O molho de queijo Gruyère estava fabuloso. O Daniel pediu um "Bar aux chuchu et artichauts", ou seja, robalo com chuchu, alcachofras e macarrão de arroz. Também com uma apresentação impecável, afinal, a França é sinônimo de elegância e sofisticação.
Na hora da sobremesa, os garçons retiram as tortas da "vitrine" e trazem para você ver, babar e escolher. Optei por uma fatia da torta saint-honore, com carolinas de baunilha carameladas, massa aerada e folhada com creme de baunilha... huuummmmm... Yummi!!!
Para finalizar, café ou chá? Acompanhado(s) de pralinés e macarons.
Senti-me em Paris!

Chef Rouge (unidade dos Jardins)
Rua Bela Cintra, 2238


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

DUE CUOCHI CUCINA: Comida Italiana Requintada!



Alguns Chefs, além de mandarem muito bem na cozinha, têm habilidade para administrar o restaurante. Outros, embora possuam skills para conduzir o negócio, preferem dedicar todo o seu tempo no estudo e elaboração dos pratos e cardápio. E há, ainda, os que sabem "apenas" criar e cozinhar (como se fazer "só" isso fosse pouco!). Por isso, surgiu a figura do Restaurateur. De forma simplista, poderíamos dizer que é o dono do restaurante, mas, na verdade, essa pessoa dirige o restaurante como uma verdadeira empresa.
A Veja São Paulo Comer e Beber, além de premiar os melhores restaurantes e chefs da cidade, condecora também estes profissionais. Na edição 2013/2014, o terceiro lugar da categoria foi ocupado pela restauratrice Ida Maria Frank, proprietária de 3 templos da gastronomia: Rive Gauche Cuisine, Le Marais Bistrot e Due Cuochi Cucina. Eu ainda não conheço os dois primeiros, mas sou fã deste último. E foi para lá que nos dirigimos no mês passado para comemorar o aniversário de um amigo. Fomos na unidade do Shopping Cidade Jardim, que possui uma decoração rústico-sofisticada, esbanjando elegância e bom gosto. Fica no 3º andar do centro comercial e é todo envidraçado, o que proporciona uma bela vista da Marginal Pinheiros, com seus arranha-céus modernos e iluminados. Suas mesas são disputadíssimas! Já tentei fazer reserva com 2 dias de antecedência e não consegui. Como nunca fui sem reserva, não sei precisar o grau de dificuldade em se conseguir uma mesa sem agendar previamente a visita.
Nós estávamos em 8 pessoas. Como quem chegou primeiro aceitou o courvet e eles (todos os restaurantes paulistas) acabam cobrando por todos que estão à mesa, ainda que só alguns queiram degustar o couvert, acabei "optando" por ele de entrada. Este é composto de uma cesta de pães (focaccia de tomate com queijo parmesão e pão italiano), patê de azeitona, azeite de manjericão, sardella e bruschetta de tomate. Como eles trazem um bowl com queijo parmesão ralado, eu adoro salpicar um pouco deste queijo em cima da bruschetta e, depois, finalizar colocando umas botinhas do azeite. O resultado fica muito bom!
Minha escolha para o prato principal foi um "sofiotti de queijo de cabra, nozes na manteiga e sálvia com fonduta de figo e mel trufado". Embora o sabor fosse o mesmo, havia massa de duas cores, conferindo à apresentação da comida um ar mais leve. O recheio de queijo de cabra tinha um sabor bem suave, deixando o gostinho da fonduta prevalecer. Para quem gosta dessa mistura simultaneamente doce e salgada, eu recomendo este prato. Mas o cardápio da casa também oferece outras opções, como, por exemplo, o "ravióli de maçã verde e shimeji ao leve creme de gorgonzola doce".
O Daniel pediu um "rigatoni ao forno de mozzarela de búfala ao creme de funghi porcini e presunto cru". O prato de todo mundo chegou e o dele demorou uns 3 minutinhos a mais. Já começamos a imaginar que tinham esquecido de anotar o pedido. Quando o garçom trouxe, desculpou-se e explicou que o Chef não quis liberar uma porção anterior porque ela tinha ressecado um pouco, então, ele foi preparar outra para servi-la adequadamente. Nunca iremos saber se este foi o verdadeiro motivo ou não, mas demonstra um certo respeito e preocupação com o cliente; se foi verdade, percebemos um compromisso em não servir um prato inaceitável para os padrões do restaurante em questão; se foi mentira, pelo menos tentou se justificar e se desculpou, ao invés de simplesmente trazer o prato, pôr na mesa e pronto.
Para escolher a sobremesa, nem preciso mais olhar o menu, quero sempre o divino "petit gateau de limão siciliano com sorvete de baunilha".
Na minha humilde opinião, dentre os restaurantes mais pretenciosos da cidade de São Paulo, este é um dos que oferece o melhor custo-benefício. Vale a pena conhecer e repetir!

DUE CUOCHI CUCINA
Matriz: R. Manuel Guedes, 93, Itam Bibi; filial: Shopping Cidade Jardim (Av. Magalhães de Castro, 12000 - Cidade Jardim).


domingo, 15 de dezembro de 2013

BURGER LAB EXPERIENCE: hambúrguer do seu jeito!


Na onda do faça você mesmo, a casa funciona como um verdadeiro laboratório de experiências, disponibilizando os ingredientes para que você (o cientista ou seria mestre cuca?) crie o seu hambúrguer.
Um conselho: antes de sair escolhendo isso e aquilo, reflita sobre as opções e a combinação que você quer montar, se os ingredientes harmonizam entre si. Às vezes, muito é exagero e pouco é o suficiente! Como isso em mente, fui montar o meu sanduíche.
Pão + hambúrguer de 180g = R$ 14,00 (exceção: pelo pão australiano, paga-se um real a mais). Pães disponíveis: clássico, integral e australiano; hambúrgueres: blend bovino especial (combinação de cortes Red Angus com 30% de picanha), super secreto (blend bovino especial misturado com bacon artesanal), smoked burger (blend bovino especial com aroma defumado de cascas de aroeira), frango, cafta burger (blend bovino especial temperado com especiarias árabes) e veggie (soja com cenoura, vagem e hortelã).
Como a minha praia é sempre provar novos sabores, optei pelo pão australiano que, além de adorar, nunca comi com hambúrguer. Como este pão é levemente adocicado, pensei em fazer uma combinação doce e salgada. Escolhi o hambúrguer super secreto, que já traz o bacon misturado com a carne.
Dentre a seleção de queijos, encontramos: amarelo, cheddar (nacional e inglês), roquefort e brie. A partir daqui, tudo que você escolher será cobrado à parte, pois, como salientado anteriormente, R$ 14,00 é o quanto custa o pão e o hambúrguer. Para mim, foi super fácil decidir que queijo pedir, pois, dentre as opções acima listadas, qual combina melhor com produtos doces, como geleia e mel? O brie, é claro! De topping, optei pelo chutney adocidado de cebola roxa, que nada mais é do que a famosa cebola caramelada.
Outros toppings disponíveis: cebola roxa marinada no azeite, creme de cogumelos portobelo frescos, picles, tomate caqui, alface, rúcula e bacon. Molhos: honey mustard premium, smoked barbecue premium e hot spicy sauce. Maioneses especiais: temperada, ichimi (pimenta japonesa de pouca ardência), wassabi, aceto balsâmico, curry, gengibre com laranja e raspas de limão siciliano. Preciso voltar para provar essas duas últimas!
De entradinha, eu comi batata frita belga e batata doce frita com a maionese de curry. O que para os belgas é bem comum, ou seja, comer batata frita com maionese, pode parecer um pouco estranho para nós, brasileiros, que costumamos comer fritas com ketchup. Mas eu digo uma coisa: é bem gostoso! Além do mais com maioneses aromatizadas, como essa de curry, oferecida no Burger Lab, que tem um sabor suave da especiaria. Os molhos e as maioneses são servidos à parte, aí você pode colocar a quantidade que quiser e, se preferir, faz que nem eu faço com o ketchup, põe um pouco numa mordida e deixa a outra sem. Assim, você pode apreciar o sanduíche com e sem molho ou maionese.
No fim, o meu sanduíche ficou assim: pão australiano (bem fofinho) + hambúrguer super secreto (com carne que se desmanchando na boca) + fatias grossas de queijo brie president (francês) + chutney adocicado de cebola roxa. Eu aprovei o meu experimento! Diria que atingiu 100% de sucesso.
O Burger Lab Experience é uma charmosa hamburgueria, que fica na Rua Jandiatuba, 242, Panamby. Com garçons atenciosos, serve fritas, hambúrgueres, cervejas e milk-shakes. E, caso você não saiba, comercializa o hambúrguer mais caro de São Paulo, o “The Burger Lab Star”, que custa nada mais nada menos que R$ 225,00 (duzentos e vinte e cinco reais) e é composto de burger de kobe beef de 200g, sal azul da pérsia, 90g de foie gras fresco, queijo gruyere suíço e trufas brancas de Alba, servido em porcelana francesa de Limoges. Mais do que um hambúrguer gourmet, é um hambúrguer “Classe A”.
Apesar da lista de ingredientes não ser tão extensa, apresenta produtos nacionais e importados de qualidade superior e que, se escolhidos com parcimônia, formaram um novo composto incrível.
Vale a pena viver essa experiência.