segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

MODERN MAMMA OSTERIA

Eu confesso que fiquei bastante intrigada quando li o nome deste restaurante pela primeira vez. Ele era extenso demais, unia uma palavra inglesa a duas italianas e suas letras iniciais formavam a sigla "MoMa", que me remetiam à Nova York e não à Itália. Fiquei confusa! No entanto, só de saber que ele é comandado pelos Chefs Salvatore Loi e Paulo Barros, quis marcar uma reserva e sair correndo para conhecê-lo. E, para escrever este post, visitei a casa por duas vezes (foi prazer em dose dupla!). Depois das idas, o nome soou como uma linda sinfonia, onde tudo se encaixa e faz um perfeito e inteligente sentido. Eu explico!
No livro "O Atlas Gastronômico: uma volta ao mundo em 40 cozinhas", Mina Holland expõe que "A figura materna reina soberana na cozinha italiana. Há séculos a culinária vem se desenvolvendo, mantida e perpetuada por matriarcas, mamas e nonas. Comida na Itália é praticamente sinônimo de família. Travessas de macarronada regatas com amor e polvilhadas com carinho - dá para culpar o típico filhinho da mamãe italiana por morar na casa dos pais até os 30 anos? As comidas caseiras guardam o segredo da melhor refeição italiana." E os Chefs Salvatore Loi e Paulo Barros querem justamente oferecer esta comida aos seus clientes. Uma comida de mãe, que conforta a alma, afaga o estômago e conquista o coração, promovendo uma saciedade sublime e que deixa gostinho de quero mais. Servida num ambiente bem decorado, por garçons simpáticos e educados, mas sem a pompa e formalidade de um restaurante sofisticado, ou seja, numa moderna osteria.
No Modern Mamma Osteria, o cardápio está impresso no jogo americano de papel e é constante alterado. O que confere uma dinâmica incrível ao restaurante, fazendo com que os Chefs explorem sua criatividade e técnicas, e os comensais sempre tenham novas delícias para degustar. Por outro lado, pode ser que você se frustre por não encontrar um prato que adorou ou, como aconteceu comigo, por não achar o prato que queria provar.



A casa é relativamente nova e, ainda, está se aprimorando. Na minha primeira visita, em 17 de dezembro de 2016, o garçom que nos atendeu não sabia descrever os drinks do menu; na última ida, em 29 de janeiro de 2017, isso não aconteceu, nosso garçom estava afiado, com tudo na ponta da língua.
Outra alteração positiva foi a preparação dos drinks. Na primeira vez, tomei um "Aperol Spritz" (R$ 28,00), cuja apresentação estava bonita, no entanto, faltando harmonia no sabor. A composição tinha muita água com gás, que acabou camuflando o sabor marcante do Aperol e deixando o drink sem personalidade.


Já o meu segundo drink, o "Citron Ginger Smash" (R$ 33,00), estava altamente refrescante, saboroso e equilibrado, com o gengibre suavizando a acidez do limão siciliano.


As entradas são para ser compartilhadas. Nós provamos a Focaccia Napolitana, assada no momento do pedido, recheada com queijo fresco, limão siciliano, manjericão e molho de tomate (R$ 29,00). A massa é saborosa, untuosa, crocante por fora e fofinha por dentro. A quantidade de recheio é desproporcional para o tamanho da focaccia. O queijo é tão elástico que parece mozzarela. O molho de tomate é equilibrado e sem acidez. Não dá para sentir o toque do limão. No geral, foi uma boa pedida; mas, da próxima vez, vou pedir para capricharem mais no recheio.



Outra opção bacana para petiscar é a tábua de burrata, presunto cru e massinha frita (R$ 54,00). Numa tábua de madeira, dispostas de uma maneira charmosa, são servidas finas fatias de presunto cru de ótima qualidade; tirinhas crocantes de massa frita, que parece de pastel de feira; e uma suculenta e cremosa bolota de queijo burrata, temperada com azeite e finalizada com folhas de manjericão fresco.


Os pratos principais têm descrições tão apetitosas, que o processo de decisão se torna doloroso, já que você tem vontade de provar todos, mas tem escolher apenas um. Na primeira visita, eu fiquei com o "Fagottini com ragu de panceta, cebola caramelada e fonduta de pecorino" (R$ 49,00). O ragu de panceta, que recheava o fagottini, era encorpado e temperado com perfeição. A cebola caramelada foi apresentada como crisp (flocos crocantes), salpicado por cima do fagottini. A fonduta de pecorino era saborosa, mas podia ser servida em quantidade um tantinho maior, para que besuntasse melhor a massa. O prato tem um sabor forte, mas muito agradável.


Sonhando com a "Lasagna Clássica", fiz a reserva para retornar ao restaurante. No entanto, para minha tristeza, ela havia sido retirada do cardápio. Assim, decidi provar o "Gnocchi de batata ao sugo de gorgonzola dolce mozzarela gratinado" (R$ 58,00). Em que pese a apresentação do prato ser primorosa, o sabor deixou a desejar. O gnocchi é leve e cozido no ponto certo, mas o molho é muito líquido, sem gosto nenhum de gorgonzola e sem pedaços de tomate. A mozzarela derretida até tenta salvar a composição, mas não logra êxito nesta missão. 


Para minha sorte, meu marido compartilhou o prato dele comigo e este, sim, estava uma delícia: "Rigatoni ao Caccio e Pepe". O molho encorpado, exalando o perfume do queijo pecorino e com uma quantidade adequada de pimenta, é incrementado com lascas de funghi. Achei que a escolha do rigatoni foi perfeita para compor este prato, pois permite que o molho penetre na massa e proporcione ao comensal uma explosão de sabor sensacional.


A seção de sobremesa, composta pelo tiramisu e a meringata de morango (a salada de fruta, substituída pela fruta do dia, não conta! Rsrsrs), ganhou o cannoli de Nutella, mas, ainda assim, é muito limitada. Poderiam acrescentar, pelo menos, um gelato de limoncello ou de outro sabor. 
Nas duas ocasiões, fui de "Meringata de morango" (R$ 25,00), uma composição bem leve e balanceada de suspiro, creme de Mascarpone com chocolate branco, chantilly e pedaços de morango.


Bem localizado, comandado por Chefs badalados e com uma comida italiana clássica, mas com pitadas de modernidade, o Modern Mamma Osteria já ingressou na lista de restaurantes queridinhos de São Paulo. Por isso, se não quiser enfrentar uma extensa lista de espera, não deixe de fazer reserva. Depois, no horário programado, esqueça a dieta e seja feliz no restaurante que é mais um gol de placa do Loi; aqui, na boa companhia do Paulo Barros.

INFORMAÇÕES:
Modern Mamma Osteria
Rua Manuel Guedes, 160, Itaim Bibi, São Paulo - SP
(11) 3078-2263

Leia, também, o post sobre o restaurante Salvatore Loi.

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quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

BRUNCH CANTAREIRA: Satisfação em receber!!!

Tem pessoas que, simplesmente, são dotadas do dom de "receber". Munidas de duas informações (horário do encontro e quantidade de convidados), conseguem projetar todo o evento em questões de segundos: a decoração que terá, o que será servido, como os convidados serão recepcionados e como serão entretidos. No entanto, o mais importante, é que essas pessoas criam uma atmosfera naturalmente agradável e envolvente, que fazem com que os convidados se sintam privilegiados e extremamente alegres em poder participar daquela reunião.
O casal formado pela Patrícia e o João Luiz é exatamente assim. Com uma casa incrível, no belo cenário da Serra da Cantareira, eles construíram um salão de festas para recepcionar os familiares e os amigos. E, neste espaço, uma vez por mês (geralmente no segundo domingo), realizam o Brunch Cantareira, que, hoje, também é aberto a pessoas de fora do ciclo social do casal, mas que queiram vivenciar esta experiência. 
Na entrada do mencionado salão, não pude deixar de notar a presença de um painel, montado com peças de cerâmica, que roga: "Abençoada seja esta morada por sol e chuva, labor e repouso, brisas benfazejas, luares serenos, visitas queridas, mentes abertas. Consagrado seja este espaço a um modo de vida que nos faça inteiros". 
Com essa leitura, já pude ter uma ideia do jeitinho dos donos da casa. Pessoas iluminadas, de espírito leve e mente aberta, dispostas a propagar o bem e disseminar a paz. E que, no decorrer do brunch, seguem à risca o ensinamento de Brillat-Savarin, em “A Fisiologia do Gosto”, de que entreter um convidado é encarregar-se de sua felicidade durante o tempo todo em que estiver sob o seu teto.


As reservas para o evento são feitas através do endereço eletrônico “brunchcantareira@uol.com.br”. Pelo e-mail, a Patrícia passa todas as informações pertinentes, dentre as quais: valor (nós pagamos R$ 79,00 por pessoa) e cardápio do dia. O Brunch Cantareira comporta 68 pessoas. E, já que o objetivo é socializar, o sistema aplicado é o de compartilhamento de mesas, que possuem 4, 6 ou 8 lugares. O brunch tem início às 11:00 horas e término às 15:00.
Chegamos ao local uns minutinhos antes das 11:00 horas e fomos recebidos pelo João, que nos levou até a salinha de espera e nos informou onde ficava cada cantinho da casa que poderíamos desfrutar. Tudo muito charmoso, com uma decoração romântica e retrô. Vou mostrar cada um deles para vocês.
Vamos começar pelo salão de festas, local onde foram servidas as comidas, no esquema de buffet, e onde se concentrava a maior parte das mesas. A ambientação parece de uma sala de jantar de uma grande fazenda, decorada com extremo bom gosto, resultando num espaço alegre e acolhedor.






No salão, há um Mezanino bem convidativo para uma siesta.



No entanto, caso você prefira tirar um cochilinho ao ar livre, não tem problema. Você pode fazê-lo numa das redes que compõe o redário da casa.

  
O redário fica no corredor localizado atrás dessa singela fonte.


Não falta personalidade aos banheiros que ficam ao lado do salão. Dá só uma olhada!




Nos banheiros do térreo, o toque pessoal foi dado no corredor que os separa.


Cada cantinho da casa recebeu um tratamento especial.


Para “passear”, há o Largo do Chafariz...


...e o Orquidário.




Às 11:00 horas, foi servido um café da manhã completo, em estilo colonial. Para beber, havia café, leite, chás variados, água, água aromatizada e sucos de caju e maracujá; para comer, pãezinhos franceses integral e normal, um macio e saboroso pão de mandioquinha, pão de queijo, pão lua de mel (recheado de creme e coberto de coco ralado), salada de frutas, iogurte natural tipo grego, granola caseira, ovos mexidos, salsichas ao molho de tomate, manteiga, requeijão, geleias, queijo muçarela, queijo branco, presunto magro, peito de frango defumado, bolos de aipim, maracujá e banana, e caldas de chocolate e banana.





Uma comidinha fresca e saborosa, que conforta a alma, preparada com muito carinho pelo Chef Fábio Ferreira.
Por volta das 13h15min, o almoço foi servido: Salada de folhas verdes com tomate semi seco, abobrinha grelhada, manjericão e queijo gorgonzola, com molho balsâmico e pães placa de aveia e gergelim; Quiche de alho poro com cogumelos frescos; e Farfalle ao molho bechamel com lascas de salmão grelhado e ervas frescas.



Às 14h30min, foram oferecidas duas opções de sobremesa: Tarte Tatin de maçã (com suculentos e carnudos pedaços da fruta) e Trifle de frutas da estação com chantilly e creme pâtisserie.




Para finalizar, havia licores caseiros, confeccionamos pela tia da Patrícia.


Amei! Amei! Amei!
Depois de 1 hora e meia de estrada, parecia que tínhamos nos tele-transportado para um retiro espiritual, um lugar alto-astral, repleto de energia positiva e que te faz se sentir bem. A Patrícia é uma daquelas pessoas que irradia luz e alegria, conversadeira, tem o dom de receber bem e com charme. E o João é solícito, simpático e verdadeiro.
Se conseguirmos vaga, voltaremos em fevereiro :o)


INFORMAÇÕES 
E-mail para contato e reserva: “brunchcantareira@uol.com.br”.


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domingo, 13 de novembro de 2016

"A Casa do Porco Bar": Uma Ode à Carne Suína!


Eu vou começar este post de uma maneira diferente. Vou inicia-lo fazendo alguns questionamentos. O primeiro deles é: “Quantas vezes você foi a um restaurante e encontrou carne suína no cardápio?”. Esqueça o bacon que complementa o hambúrguer gourmet ou que é salpicado sobre a batata frita com cheddar. Também não leve em consideração o torresmo servido com a feijoada ou a pancetta utilizada no preparo do Spaghetti alla Carbonara. Eu quero saber quantas vezes você viu, no menu de um restaurante, o porco sendo a atração principal. Provavelmente pouquíssimas. A não ser que você more na Alemanha (rsrsrs).
Outra indagação: “E, das vezes em que você encontrou a carne suína brilhando no cardápio, quantas vezes a sua escolha recaiu sobre ela?”.
Eu me lembro que, quando era criança, meu pai costumava pedir, em restaurantes chineses, o "Porco Agridoce", e eu sempre compartilhava este prato com ele. Adorava aquela massa fofinha por dentro e meio borrachuda por fora, recheada com uma carne de porco, provavelmente de segunda, e coberta por um molho vermelho e lustroso.
Hoje, já encontramos partes mais nobres sendo comercializadas, como o filé suíno e a picanha.
Dos posts que escrevi aqui no blog, recordo-me de ter pedido filé mignon suíno no restaurante Le Bife. Porém, isso aconteceu porque fui ao estabelecimento durante a “Restaurant Week” e esta foi a opção que mais me agradou. Se eu pudesse selecionar qualquer coisa do cardápio, dificilmente esta teria sido a minha escolha.
A verdade é que, além das religiões que proíbem a sua ingestão, há pessoas que ainda têm receio de consumir carne de porco, pois acreditam que são muito gordurosas e, principalmente, podem transmitir doenças. Assim, o porco nunca fez muito sucesso na mesa do brasileiro.
Contudo, tal fato não foi capaz de intimidar o ousado, criativo e genial Chef Jefferson Rueda, que resolveu explorar o porco em sua integralidade (do focinho ao rabo), dedicando todo o cardápio de um bar a pratos preparados exclusivamente com tal iguaria.
Jeffim, como é carinhosamente conhecido, é daqueles profissionais que dispensam apresentações. Já está no mercado gastronômico há mais de 20 anos, comandando estabelecimentos badalados e angariando muitos prêmios. Recentemente, A Casa do Porco Bar ingressou na lista dos melhores restaurantes da América Latina na 24ª colocação. A posição mais alta atingida por um estabelecimento estreante no ranking. E foi eleito, pela edição especial "Veja Comer & Beber - São Paulo 2016/2017", como o bar com a melhor cozinha da capital paulista. 
O que Jeffim faz com o porquinho? Só indo até lá para ver! É algo surreal! E o cardápio não é enxuto! Pelo contrário, é extenso e repleto de preciosidades. 
A casa tem ambiente de bar. Todavia, com fornecedores escolhidos a dedo e ingredientes frescos e de qualidade, Rueda, caipira de São José do Rio Pardo, se vale de sua memória afetiva e dos seus conhecimentos técnicos, inclusive de açougueiro, para preparar pratos que poderiam facilmente ser servidos em qualquer restaurante sofisticado do mundo.
Lá, come-se maravilhosamente bem. E o atendimento também é condizente com o de estabelecimentos estrelados, com garçons simpáticos, muito atenciosos e solícitos, que fazem de tudo para agradá-lo. Fomos atendidos pela fofa garçonete chamada Luana, que, ao final do seu turno, foi substituída pelo prestativo Diego.
Nós já tínhamos tentado ir à Casa do Porco no começo do ano, mas a lista de espera era tão sem noção, que a gente desistiu e foi almoçar no “Bar da Dona Onça”, que é comandado pela Janaína Rueda, esposa do Jeffim, e é outro “boteco” que merece a sua visita. Desta vez, chegamos às 18h10min, dispostos a aguardar. Por uma mesa para três pessoas, esperamos cerca  de uma hora.
O legal é que eles têm uma janelinha virada para rua, por onde comercializam sandubas, porcopoca (torresminho num saquinho de pipoca) e alguns drinks. Enquanto esperávamos, o Daniel tomou uma cerveja “Horny Pig” e eu provei a sangria, tudo de frente para o açougue da casa.


No cardápio, a primeira coisa que se ler é: “Se você estiver curioso para experimentar um monte de pratos, peça de tudo um porco! Fale com o garçom”. E foi exatamente o que nós fizemos! Conversamos com a Luana e optamos pelo “Menu Degustação”, que é servido em 10 etapas e custa R$ 100,00 por pessoa. Aqui, a degustação é ágil e os pratos são saborosos. Nada de passar 3 horas comendo e sair reclamando do gosto dos pratos. Outro detalhe: se alguém que estiver com você não quiser fazer a degustação, não tem problema, eles não exigem que todos na mesa a apreciem.
Começamos com a charcuteria. Foram servidos o “Presunto Real Rueda” e o “Embutido de Cabeça”, ambos produzidos no bar. Para acompanhar, pão de fabricação própria, compota de cebola caramelizada, sementes de mostarda com tucupi e rabanetes em conserva. O Presunto Real nada mais é do que o Presunto Royale, que foi servido em grossas e suculentas fatias. O Embutido era untuoso e sem sabor, não faria questão de repetir. Os rabanetes tinham o gosto forte; a cebola tinha a doçura equilibrada pela acidez; e a mostarda era bem convidativa.



Em seguida, foi a vez de experimentar o Tartar de porco (maturado) com manteiga de tutano e pó de cogumelo, servido sobre telha de pão crocante. Uma combinação leve e graciosa. Ah... e não precisa ter medo de comer o porco cru, pois, quando o mesmo é adquirido de um criador certificado, não há risco de transmitir doença.


Na etapa seguinte, recebemos Sushi de papada de porco. O arroz Gohan tinha o típico sabor agridoce. A fina fatia de papada foi besuntada com tucupi preto e presa ao bolinho de arroz com uma tirinha de nori (alga marinha). Minhas papilas gustativas identificaram vários sabores, como azedo, amargo e apimentado, mas o resultado total não foi agradável. Numa próxima visita, eu pulo esse canapé.
Ainda com toques orientais, nosso próximo petisco foi uma costelinha de porco salpicada com algas marinhas e servida numa cestinha de alface romana, recheada com arroz Gohan. A costelinha estava macia e saborosa, embora o sabor do molho parecesse com o do sushi acima descrito.


A primeira vez que comi morcela (linguiça de sangue) foi no restaurante Tegui, de Buenos Aires, e eu senti repulsa ao ingerir aquilo. Tanto, que nem queria pedir o próximo passo da degustação na Casa do Porco, que era intitulado “#sangueéingrediente” e se tratava de sanguiça de sangue com tangerina e broto orgânico. No entanto, como eu teria o desconto de apenas R$ 2,00 no preço do menu, o Daniel me encorajou a prová-la e ainda bem que ele fez isso, pois a criação me surpreendeu. Em uma telha de pão negro, foi espalhada uma pasta de sanguiça, resultando numa crocância incrível, de sabor marcante e atraente. Valeu ter feito o esforço e apreciado!


O “hors coucours” da noite, por unanimidade, foi o Pão chinês no vapor com barriga de porco, picles de cebola roxa defumada, pimenta fermentada e brotos de agrião. O pão era tão fofinho e leve quanto uma bolinha de algodão. E, apesar da combinação ser picante, eu, que não curto muito pimenta, não conseguia parar de comê-la e queria repeti-la e repeti-la. Gente, que coisa gostosa!!!! Se você for a Casa do Porco, ainda que não participe da degustação, não deixe de experimentar esta fantástica criação do Chef Jefferson Rueda.


Depois, foi a hora do Croquete de porco, servido com pimenta fermentada e sementes de mostarda com tucupi. Crocante e sequinho por fora e com o recheio bem molhadinho.


O passo seguinte do Menu Degustação foi um reestudo do “Virado à Paulista”. Telha de pão crocante com pasta de feijão, carne de porco e linguiça desfiada, tartar de banana, brotos de couve e ovo de codorna. A perfeita harmonia entre os ingredientes e as texturas proporcionam um intenso prazer a quem o saboreia.


Então, chegou a hora da entradinha que é a mais clicada do restaurante: o “Torresmo de pancetta com goiabada”, finalizado com flor de sal, picles de cebola roxa defumada e brotos orgânicos. Confesso que, quando via as fotos no Instagram, pensava: “Que coisa estranha!”. Mas a realidade é que é muito bom! A goiabada é picante e levemente salgada. E a pancetta (Ah! A pancetta!) é carnuda e saborosíssima. A composição ornou (rsrsrs)!


Para finalizar, foi servida a grande estrela da casa, o “Porco San Zé”, que pode vir acompanhado de tutu de feijão, tartar de banana e couve, ou de cuscuz de legumes e hortaliças na brasa. Nós escolhemos a primeira opção, tutu cremoso, couve temperada com limão e uma farofinha sensacional. O porco é assado inteiro, por 8 horas, em uma churrasqueira especial. A carne se desfia de tão macia e exala um sabor inigualável. Com certeza, é outro prato que não pode ser ignorado pelo comensal.


Não estão incluídas sobremesas no Menu Degustação. Ao finalizá-lo, eu já estava satisfeita, mas já tinha visto tantas vezes o Pudim de leite com chantilly de caramelo e algodão doce no Instagram, que não podia deixar de prová-lo. A apresentação é bela, contudo, embora seja bom, tanto o pudim quanto o algodão doce são açucarados em demasia. Juntos, a doçura em excesso torna praticamente impossível a consumação por apenas uma pessoa.


Ir ao estabelecimento “A Casa do Porco Bar” é ter a certeza de que encontrará pratos bem elaborados e inovadores, preparados com o coração e exalando sabores claros e confortáveis; é ter a certeza de que será bem atendido; e, principalmente, de que sairá satisfeito e encantado com a experiência. Por isso, não pense, nem espere, simplesmente, VÁ! Vá ser agraciado!   


INFORMAÇÕES:
A Casa do Porco Bar
Rua Araújo, 124, Centro, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3258-2578


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